Blog Vinhos Mendoza - Terraças de vinhas verdes em Portugal

Inserido em 10/12/2018

Do Porto a Barca d’Alva, intermináveis camadas de vinhedos mudam de tonalidade, do pardo ao dourado, conforme a estação

O coração do Douro se conquista com a fórmula do físico Mark Hadley. Segundo o cientista, a serpenteante N-222 é a rota perfeita: dez segundos em reta e um em curva durante 27quilômetros até desembocar na ponte de ferro de Pinhão. Rio abaixo se chega, em uma centena de quilômetros, ao Porto e sua desembocadura no Atlântico; rio acima, outros tantos quilômetros até Barca d’Alva, fronteira com a Espanha, que renomeia o rio de ouro. Pinhão, pois, está no centro da região vinícola mais antiga com denominação de origem, a do Douro (1756), e só.

Se por uma margem trafega o carro, por outra sobrevive o trem. Até meados dos oitenta se podia ir do Porto à fronteira, mas agora o trem morre em Pocinho, onde o rio tem a primeira das cinco comportas, ou última, dependendo de como se olhar, que o tornam navegável. É um transporte prazeroso –e barato– para se chegar até a estação de Pinhão, repleta de mosaicos que representam os ofícios do campo.

Uma garrafa de vinho tinto da região.ampliar foto Uma garrafa de vinho tinto da região. MONICA GUMM A paisagem do Douro pode ser desfrutada, claro, por asfalto e também por via férrea, mas é vivida na navegação rio acima, rio abaixo. O turismo fluvial do Douro cresceu 15,5% no ano passado; em cinco anos o dobro de embarcações trafega, entre elas dois barcos-hotéis; embora 67% dos viajantes se contentem com um passeiozinho pela margem do Porto, os cruzeiros de um dia aumentaram 25% no último ano.

Pinhão tem cais para os barcos, que antes transportavam pipas e, agora, turistas, que descarregam milagrosamente como tais, dependendo do preço do passeio. Há os de 1.000 euros (3.920 reais), em iate-hotel, com noites e inúmeras atrações incluídas, e também de 35 euros; até o mais humilde dos passeios, por exemplo, o que vai de Pinhão a Régua e volta, inclui taças de vinhos da terra.

O Friendship I, velho veleiro da Marinha britânica, sulca as mansas águas do Douro, verde como as terraças que se inclinam para o seu leito. É uma paisagem patrimônio mundial e tudo isso, mas, ao contrário da maioria das belezas naturais, esta foi cinzelada pelo braço do homem.

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