Inserido em 23/02/2019
Pesquisa americana mostra que clima de uma região pode influenciar hábitos de consumo de álcool
Uma pesquisa publicada na revista American Association for the Liver Diseases, Hepatology, revelou que há uma ligação entre o clima de uma região e o consumo médio de álcool da população local e mostrou que, quanto mais baixas as temperaturas e menos horas de luz solar, maiores são os níveis de consumo. “Todos presumem que as pessoas bebem muito na América do Norte porque é frio, mas ficamos surpresos por ninguém ter estudado isso”, disse Ramon Bataller, professor da Universidade de Pittsburgh.
Para investigar essa hipótese, Bataller e sua equipe analisaram dados da Organização Mundial de Saúde, da Organização Meteorológica Mundial e de outros grandes conjuntos de dados públicos para reunir informações sobre 193 países, todos os 50 estados e 3.144 municípios dos Estados Unidos. Eles realizaram uma análise sistemática dos padrões e níveis de consumo de álcool nas diferentes áreas – consumo total per capita, porcentagem da população que bebe e incidência de consumo excessivo – assim como a média anual de horas de sol e temperatura média, para ver se há de fato uma correlação entre o consumo de álcool e o clima.
De acordo com Bataller, existem vários fatores que provavelmente desempenham um papel no consumo. Algumas possibilidades são o fato de o álcool ser vasodilatador, além de climas mais frios e dias mais escuros poderem limitar as opções de lazer de uma pessoa (possivelmente levando-a a ficar em casa e a beber mais) ou ainda levar à depressão (o que pode fazer com que a pessoa beba mais).
“Este estudo sugere que talvez as pessoas bebam mais durante os meses mais frios, mas a sazonalidade não foi comprovada”, afirmou Bataller. Como muitos estudos que têm a ver com álcool e saúde, este mostra uma correlação, não uma causa direta, e é importante ter em mente que existem inúmeros outros fatores que podem determinar o quanto um indivíduo bebe.